Astronaut Anne McClain is inside the Destiny laboratory module surrounded by exercise gear, including laptop computers and sensors that measure physical exertion and aerobic capacity.
The three Expedition 58 crew members continued studying today the upward flow of fluids inside astronauts’ bodies caused by living in space. The crew also worked on packing a U.S. cargo craft and servicing U.S. spacesuits at the International Space Station.
One easily recognizable symptom of living in space is the “puffy face” astronauts get due to the upward flow of fluids in the body. Underlying impacts of this phenomenon include head and eye pressure changes that occur off Earth which the Fluid Shifts experiment is seeking to better understand.
All three crew members gathered in the Zvezda service module throughout the day using a special suit to temporarily reverse these upward fluid shifts. NASA astronaut Anne McClain wore the Lower Body Negative Pressure suit, which pull fluids downward, while Flight Engineer David Saint-Jacqueschecked her head and eye pressure using a variety of biomedical devices. Commander Oleg Kononenko assisted the duo with guidance from specialists on the ground.
McClain and Saint-Jacques also partnered up before lunchtime to get the Cygnus resupply ship ready for its departure on Feb. 12. The duo reviewed packing procedures and stowed inventory aboard the U.S. space freighter from Northrop Grumman.
McClain started the day installing the new Facet Cell crystal growth experiment in the Kibo laboratory module. She spent the rest of the afternoon cleaning cooling loops on U.S. spacesuits in the Quest airlock as NASA prepares for spacewalks at the orbital lab later this year.
Originária de uma terra agreste, Yalitza Aparicio se tornou uma celebridade inesperada. A protagonista de Romasomou um novo marco à sua carreira na manhã desta terça-feira, ao ser indicada ao Oscar de melhor atriz por seu papel como a empregada doméstica Cleo no longa dirigido por Alfonso Cuarón. O feito amplia a drástica transformação vivida em poucos meses por essa professora rural nascida no Estado de Oaxaca (sul). Aparicio, que nunca antes havia parado diante de uma câmera de cinema, disputa a mais cobiçada categoria feminina com Glenn Close, Olivia Coleman, Lady Gaga e Melissa McCarthy. É a primeira vez que uma mexicana aparece nessa lista desde 2002, quando Salma Hayek foi indicada por Frida.
Há três anos, pendia sobre Aparicio a temível espada que ameaça a maioria das vidas de Tlaxiaco, um município de 40.000 habitantes, onde quatro a cada dez casas não têm saneamento básico. A pobreza e as carências restringem a existência de centenas de jovens que não podem romper esse ciclo inevitável. No primeiro dia de 2019, o prefeito de Tlaxiaco foi assassinado minutos depois de tomar posse no cargo. A violência não é uma desconhecida para a família Aparicio Martínez. A mãe de Yalitza, Margarita, é uma indígena triqui oriunda de San Juan Copala — uma etnia destroçada pelos acirrados ódios entre seus grupos políticos, que motivaram dezenas de homicídios nessa comunidade.
Yalitza e seus três irmãos vivem em Campo de Aviación, um bairro de Tlaxiaco que surgiu sobre uma antiga pista de pouso clandestina nesta região de indígenas mixtecos. Não muito tempo atrás, a hoje atriz, de 26 anos, ajudava sua família a fazer pinhatas em seu tempo livre, depois de dar aulas a crianças de pré-escola num colégio chamado México.
Os conflitos sindicais da Seção 22, um belicoso grupo do Sindicato Nacional de Trabalhadores da Educação (SNTE), deixaram Yalitza sem opções depois de cursar a licenciatura para se tornar professora do curso pré-escolar numa escola normal de Putla Villa de Guerrero. Aparicio voltou ao seu município porque não conseguiu achar vaga em outra escola.
Tudo mudou quando Edith, a mais velha dos irmãos Aparicio Martínez, ousou desafiar seu destino. Era a mais extrovertida, por isso se sentiu capaz de responder ao chamado que ouviu alguns anos atrás da boca do diretor da Casa da Cultura local. “Morenita, venha a um casting porque querem atrizes para um filme”, disseram-lhe. Yalitza acompanhou sua irmã mais velha. As duas sentiam desconfiança e medo. Achavam que por trás da oferta poderia haver um sequestro ou uma rede de tráfico de mulheres, confessou Edith ao jornal El Universal.
O que encontraram foram Luis Rosales e sua equipe de casting, trabalhando para um projeto que era tratado com receio. Yalitza passou no primeiro filtro e, para a segunda etapa, que a levaria ao centro do país, ao Estado do México, pediram-lhe que fosse acompanhada de alguma amiga que soubesse falar mixteco. Essa amiga é Nancy García, que interpreta Adela na ficção da Netflix. Marina de Tavira, outra das protagonistas de Roma, foi indicada ao Oscar de melhor atriz coadjuvante.
Quando finalmente lhe disseram que iria trabalhar com Alfonso Cuarón, Yalitza Aparicio teve que procurar o nome e as fotos dele na Internet. Sentiu-se ludibriada ao ver o premiado diretor em pessoa pela primeira vez. A figura magra que tinha à sua frente não correspondia ao que vira no computador. “Vamos embora daqui, porque estão nos enganando”, disse Aparicio à sua mãe. Mas era tarde demais. Cuarón já tinha visto nela a encarnação de Liboria Rodríguez, a babá que cuidou dele na sua casa, na rua Tepeji, a partir de meados de 1962. Ali começou a ser escrita uma história que terá um novo capítulo em 24 de fevereiro, na cerimônia mais glamourosa de Hollywood.
A literatura mostrou o mal-estar francês, mas ninguém deu bola
Obras de Ernaux, Aubenas, Eribon, Louis, Houellebecq e o último prêmio Goncourt, Nicolas Mathieu, captaram os sintomas que levaram à revolta dos ‘coletes amarelos’
Protesto dos coletes amarelos no Arco do Triunfo, em Paris, no último dia 5.LUCAS BARIOULETGETTY IMAGES
Os sinais estavam aí. Bastava ler algumas das obras literárias mais festejadas nos últimos anos na França. Nelas aparecem os sintomas do mal-estar que explodiu com a crise dos coletes amarelos.
O fechamento das fábricas, os salários baixos, as humilhações cotidianas. O isolamento das pequenas cidades afastadas da capital e a dependência em relação ao automóvel para trabalhar: para sobreviver. A educação e a cultura como sinais de identidade das classes sociais. As paisagens desoladas dos shoppings e as impessoais rotatórias nas periferias das cidades. Também a sedução do voto radical. Tudo estava aí, à vista de qualquer um, mas pouquíssimos prestaram atenção.
Há uma literatura dos coletes amarelos, o movimento que surgiu em novembro do ano passado como um protesto pelo preço do combustível e acabou causando a maior crise da presidência de Emmanuel Macron. O exemplo mais recente é o de Michel Houellebecq. Seu novo romance, Serotonina, publicado em janeiro, descreve a desmoralização de um mundo rural que se sente desprestigiado por Paris e Bruxelas. Os camponeses enfurecidos fecham uma estrada e enfrentam a polícia. Houellebecq escreveu o livro antes da crise dos coletes amarelos, mas parece que está descrevendo o desvio violento do movimento.
Por sua estética decadentista e por sua visão reacionária, Houellebecq é uma exceção. A posição poética e política do autor de Serotonina contrasta com a perspectiva de esquerda —e de extrema esquerda em alguns casos— de outros autores que retrataram a chamada França periférica.
A inspiração
Muitos desses autores —do filósofo Didier Eribon, responsável pelo ensaio memorialístico Retour à Reims, a Nicolas Mathieu, recém-premiado com o Goncourt em 2018 pelo brilhante Leurs enfants après eux— citam como inspiração e modelo Annie Ernaux, que em seus breves romances autobiográficos retrata essa outra França: a dos de baixo, a de sua família na Normandia rural e a da anódina periferia parisiense.
Se Macron e seus assessores tivessem lido esses livros com atenção, talvez se dessem conta de que algo aparentemente tão técnico como o preço do diesel e da gasolina é uma questão quase existencial para essa França. Talvez detectassem que poderia ser o detonador de uma revolta.
Quando Anthony, o protagonista de Leurs enfants après eux, afinal consegue um emprego, o narrador observa: “O problema é que o serviço não era na porta ao lado de sua casa, todo o pagamento ia embora em combustível, ou quase”. “Você recebia propostas de empregos exaustivos de meia jornada, físicos, na grande cidade a 40 quilômetros de casa. Pagar a gasolina para ir e voltar todos os dias teria custado 300 euros (1.280 reais) por mês”, lamenta Édouard Louis, discípulo de Eribon, em Qui a tué mon père (2018), um epílogo em forma de panfleto de Acabar com Eddy Bellegueule, a história de sua infância e adolescência em uma família desestruturada no norte da França.
A protagonista de Le quai de Ouistreham, o livro em que a jornalista Florence Aubenas conta suas experiências como faxineira na costa normanda durante a última crise econômica, topa várias vezes com um conselho parecido. “Você precisa de um carro”, diz sua chefe em um emprego como faxineira de uma balsa que cruza o Canal da Mancha. “Também lhe aconselho a formar um grupo para dividir o preço da gasolina, caso contrário perderá o salário em combustível”.
Relato dickensiano
O livro de Aubenas é um relato dickensiano do mundo das empresas de trabalho temporário, no mais baixo do escalão salarial. As peripécias da protagonista se desenvolvem nos campings, zonas industriais e povoados portuários onde trabalha. Além dos supermercados onde passa seus momentos de ócio: não-lugares que são um cenário habitual da literatura do mal-estar francês. Também para Annie Ernaux os supermercados são um dos espaços desse país feio e anódino, afastado do pitoresco dos cartões-postais turísticos. Em Journal du Dehors (1993), em que a autora anota com frieza cirúrgica acontecimentos externos que a cercam, aparecem várias cenas em que as caixas são humilhadas por clientes altivas.
Ainda que a França seja um dos países mais igualitários do mundo, as classes sociais são marcadas. E uma barreira entre elas é a educação, um dos eixos argumentais de Retour à Reims, de Eribon. “Os destinos sociais são marcados! Tudo se joga de antemão!”, escreve. Tomando por base sua própria experiência, afirma que a escola não serve como elevador meritocrático. Ele chegou à universidade, mas nunca atravessou as portas dos santuários da elite educacional como a Escola Normal Superior. “De fato”, escreve, “as classes desfavorecidas acreditam chegar ao local do qual antes estavam excluídas, mas, quando chegam, essas posições perderam o lugar e o valor que tinham em um estado anterior do sistema”.
Em Leurs enfants après eux, de Nicolas Mathieu, os adolescentes —um operário, uma burguesa e um pequeno traficante de drogas árabe— vivem presos no vale siderúrgico em que residem. Somente a burguesa escapa daquela espécie de Macondo pós-industrial onde se projetam os dramas e as ilusões da França do final do século XX. “Essa vida que se tecia quase apesar deles, dia após dia, nesse buraco perdido que todos quiseram abandonar, uma existência parecida à de seus pais, uma maldição lenta”, diz o livro. Não há escapatória e não é difícil imaginar Anthony, o protagonista adolescente em meados dos anos noventa, como um colete amarelo quarentão em 2019.
In his latest solo, artist Satish Gupta talks about chaos in the world and mortality
Satish Gupta’s latest solo comprises sculptures, paintings and installations, offering his renditions on life and its experiences. His canvas Roaring Sea — Still Mind I shows a Buddha-like figure meditating calmly near the ocean.
Artist Satish Gupta with his work The Cosmic Wave.
The Visual Arts Gallery at India Habitat Centre welcomes viewers with an ocean wave, literally. Acclaimed sculptor Satish Gupta’s tall sculpture, titled The Cosmic Wave, made of copper with patina, brass and stainless steel — as part of his latest solo “Roaring Sea – Still Mind” — is reminiscent of his resplendent Surya sculpture, a golden statue of the sun god, at Delhi airport’s Terminal 3. Returning with a solo after three years, Delhi-based Gupta talks about mortality in this one, as the accompanying text mentions how humans leave behind footprints by building monuments like the Pyramids and Taj Mahal. It says: “We are very conscious and aware of our footprints, which in a sense are our symbols, our search for immortality. We are afraid to die — why, when life is just one flowing river merging with the timeless ocean?”
Gupta’s latest solo comprises sculptures, paintings and installations, offering his renditions on life and its experiences. His canvas Roaring Sea — Still Mind I shows a Buddha-like figure meditating calmly near the ocean. Another painting titled Frozen Tranquility reminds one of the glaciers of Iceland, by showcasing pristine white mountains surrounded by the calming blue colour of the sea. “Last year, I had gone to paint near a beach in Normandy in France. When we arrived, the sea became very rough, and the wind speed was so high that everything was flying away. I started sketching. I saw a friend of mine facing the sea and meditating. It reminded me of finding tranquil in the storm,” Gupta says.
Icarus Falling.
His triptych Roaring Sea and Still Mind traces the large waves and splashes of the sea when its waters hit rocks on the seashore amidst a storm. “The storm became a metaphor for what is happening in the world right now, with all the chaos,” he says.
Gupta, 71, has a plethora of works to his credit, including the monumental sculpture The Buddha Within, depicting a huge replica of Buddha’s head that rests in the gardens of Mumbai’s Chhatrapati Shivaji Maharaj Vastu Sangrahalaya. He has exhibited at the Venice Biennale, apart from holding 36 solo shows internationally, including at the Shanghai Museum of Modern Art and the Slovene Ethnographic Museum.
Roaring Sea and Still Mind
Another sculpture, Icarus Falling, depicts large wings in gold — standing tall at seven feet, weighing 40 kgs, formed using copper with gold plating — that hangs in a corner from a thread, turning around like a kinetic artwork. It finds its roots in the story of Icarus from Greek mythology. Gupta elaborates upon the tale of a father and son who used wings to escape the island of Crete, only to have Icarus, the flyer, fall from the sky after the wax that joined his wings melted when he moved closer to the sun.
The exhibition is on till February 3 at IHC, Lodhi Road, Delhi
By Express Web Desk |New Delhi |Updated: January 23, 2019 11:46:29 am
Netaji Subhas Chandra Bose Jayanti 2019: Inspirational quotes, famous thoughts of the leader
Subhas Chandra Bose Jayanti 2019 Quotes: Often called 'Netaji' by people, Subhas Chandra Bose led the young, radical wing of the Indian National Congress in the late 1920s and later became the president of the party in 1938.
Subhas Chandra Bose Jayanti 2019 Quotes: Although he was later ousted owing to his differences with Mahatma Gandhi, Netaji continued his effort to get rid of the British from India.
Subhas Chandra Bose Jayanti 2019 Quotes:Netaji Subhas Chandra Bose, often hailed as one of the most iconic Indian leaders, hardly requires any introduction. Born on January 23, 1897, Subhas Chandra Bose’s patriotism, call for freedom and obdurate refusal to stop before achieving the desired goal have made him a hero, a reputation that has remained intact even after all these years. Often called ‘Netaji’ by people, he led the young, radical wing of theIndian National Congressin the late 1920s and later became the president of the party in 1938. Although he was later ousted owing to his differences withMahatma Gandhi, Netaji continued his effort to get rid of the British from India. His death and its cause might still remain shrouded in mystery but Netaji’s words remain immortal and continue to inspire. On his 121st birth anniversary, we bring to you 10 of his most powerful quotes.
Here are the 10 powerful quotes by Netaji:
1. It is blood alone that can pay the price of freedom. Give me blood and i will give you freedom.
2. One individual may die for an idea, but that idea will, after his death, incarnate itself in a thousand lives.
3. Reality is, after all, too big for our frail understanding to fully comprehend. Nevertheless, we have to build our life on the theory which contains the maximum truth.
4. Freedom is not given, it is taken.
5. Life loses half its interest if there is no struggle — if there are no risks to be taken.
6. Men, money and material cannot by themselves bring victory or freedom. We must have the motive-power that will inspire us to brave deeds and heroic exploits.
7. India is calling. Blood is calling to blood. Get up, we have no time to lose.
8. Forget not that the grossest crime is to compromise with injustice and wrong. Remember the eternal law: You must give, if you want to get.
9. No real change in history can be achieved by discussions.
10. It is our duty to pay for our liberty with our own blood.
Las obras de Alicia Framis (Barcelona, 1967) nacen de la interrelación entre la creación artística, el diseño, la arquitectura, la moda y el activismo. Parte de sus trabajos de temática feminista se reúnen ahora en la exposición Pabellón de género, en la sala Alcalá 31 de Madrid.
¿Qué obra o artista o experiencia le hizo querer ser artista? Muy típico, pero verdad: viví al lado del parque Güell cuando estaba abandonado, me gustaba ese espacio fantasioso y peligroso.
¿Qué obra artística le ha impresionado últimamente?Knots’n Dust, de Francis Alÿs.
¿Y su favorita de todos los tiempos? Los pabellones de Dan Graham.
¿De qué obra ajena le habría gustado ser autora?Amantes perfectos, de González Torres.
Sus obras contienen un discurso social y feminista claro. ¿El arte contribuye a cambiar el mundo? Por supuesto. Si el mundo fuera perfecto, no existiría el arte.
Usted vive en Ámsterdam. ¿Cómo se ve desde allí el arte español? Los artistas españoles son muy buenos, pero los directores de museo y los políticos corruptos hacen que no sobrevivan, una lástima.
De no ser artista, le habría gustado ser… Arquitecta y espía.
¿Cuál es la película que más veces ha visto?Blade Runner (la primera).
¿Qué canción o pieza musical escogería como autorretrato? Todas las de Cypress Hill.
¿Qué encargo no aceptaría jamás? Trabajar para marcas que explotan a la gente.
¿Qué está socialmente sobrevalorado? El éxito.
¿A quién le daría el Premio Nacional de Artes Plásticas? A todas las mujeres artistas que murieron sin ser reconocidas a tiempo.
La escritora Cristina Morales (izq.) durante la entrevista.EPV
Cristina Morales ha ganado el premio Herralde de Anagrama con una novela sarcástica, rabiosa, inteligente y antisistema, pero no contra el sistema capitalista y de mercado, o no solo, sino contra los propios ámbitos antisistema que se han establecido en Barcelona. No es Lectura fácil una crítica feroz a los demás, sino a las propias debilidades, a las ortodoxias a veces ridículas que se pueden respirar también en ambientes anarquistas, antidesahucio, de okupación y otros hábitat donde hasta la forma de redactar las actas asamblearias es motivo de largo debate. Es un libro que tensiona al lector, que le pone contra las cuerdas de todo lo políticamente correcto que hemos asumido y que lo hace a partir de la historia de cuatro mujeres discapacitadas o, como dice Morales, "discapacitadas según han establecido las instituciones público-privadas". Y subraya: "Esta discapacidad es un artefacto creado por el poder como sistema de control social de este tipo de personas."
"Puedo ser discapacitada, pero no tonta", dice una de sus protagonistas. Y lo demuestra de sobra al tensionar esas verdades establecidas y romper, por ejemplo, uno de los grandes tabúes, y es el de las relaciones sexuales miradas desde un feminismo europeo que, asegura Morales, se olvida del cuerpo.
"La feminista latinoamericana suele apelar mucho más al gozo como herramienta emancipadora y al gozo que pasa por el cuerpo, solo hay que ver el reggaeton, que puede ser un lugar de disidencia sexual muy explícita, pero el feminismo europeo más masivo intelectualiza hasta tal punto las posibilidades de emancipación que se olvida del cuerpo", afirma Morales en esta entrevista grabada en la sede de EL PAÍS. "Es necesario devolverle al cuerpo, porque somos todo cuerpo, el lugar que debe ocupar en el feminismo".
Morales (Granada, 1985) ha sido la invitada de Qué estás leyendo, el programa sobre los libros que leen y recomiendan los autores destacados. Ésta es su elección:
-Trapologia, de Max Besora y Borja Bagunyà, Ara Llibres, Barcelona, 2018.
- Ninguna mujer nace para puta, María Galindo y Sonia Sánchez, Lavaca Editora, Buenos Aires, 2007.
- Feminismo urgente. ¡A despatriarcar!, María Galindo, Lavaca Editora, Buenos Aires, 2013.
- Contra la democracia, Grupos Anarquistas Coordinados, Autoedición, 2013.
- Aprenderé a rezar para lograrlo, Víctor Balcells Matas, Delirio, Salamanca, 2017
- ¿Qué haré yo con esta espada?: aproximación a la ley y al problema de belleza,en Trilogía del Infinito, Angélica Liddell, La Uña Rota, Segovia, 2016.
Miembros de un grupo de reconstrucción histórica ataviados de soldados austriacos imperiales.
"¿El ejército austriaco? Bah, esos perdedores”, se dirá mucha gente, mirando con desprecio a las tropas de los Habsburgo, caracterizadas históricamente por el uniforme blanco de su infantería (sí, la delgada línea blanca). Talleyrand ya sentenció que “L’Autriche a la facheuse habitude d’être toujours battue” (Austria tiene la enojosa costumbre de resultar siempre derrotada). Pero es un error menospreciar a los austriacos. El propio Napoleón, que los derrotó tantas veces, destacaba su tenacidad y su adaptabilidad (la famosa Anpassungsfähigkeit, si es que una cosa con ese nombre puede ser famosa). “¿No viste a los austriacos en Aspern?”, le espetó a su cuñadísimo Murat, “¡Entonces no has visto nada!, ¡nada de nada!”. Jo, y lo decía el fiero corso que tanto les zurró en Austerlitz. En realidad, Napoleón los subestimó hasta Wagram, donde le enseñaron una dura lección sobre lo que era el coraje. Desde entonces, si oía a algún joven oficial chulesco de pobladas patillas y apretados pantalones con mucha mise en scènedespreciar a los ejércitos austriacos le interrumpía cortante: “Está claro que usted no estuvo conmigo en Wagram”.
Lo cuenta Richard Bassett —al que recordarán por su espléndida e iluminadora biografía del almirante Canaris (Crítica, 2006)— en el que posiblemente sea el libro definitivo sobre el ejército imperial austriaco, y es sin duda una lectura deliciosa, llena de anécdotas, aventuras y personajes sensacionales: Por Dios y por el Káiser (Desperta Ferro, 2018).
“Desde las primeras páginas, desde el capítulo sobre el segundo asedio de Viena con sus tenues referencias a los húsares alados del rey Sobieski, he estado pensando en ti”, me dijo Joan B. Culla, gran admirador del libro. “Por suerte, siempre nos quedarán nuestros héroes comunes (por cierto, ¡qué tipo Gottfried von Banfield, el as aéreo austriaco!)”. Qué bonito es que a uno le recuerden por los jinetes alados de Sobieski y qué sólidas son las amistades basadas en las lecturas, los aviadores y los húsares. Siempre, siempre nos quedarán los húsares.
Un miembro de un grupo de reconstrucción histórica carecterizado de húsar austrohúngaro.
A Culla le habrá gustado especialmente Por Dios y por el Káiser, aparte del desfile de dragones, coraceros, lanceros, irregulares panduros, granaderos y Jäger, por cómo describe el encaje de bolillos que fue amalgamar tropas y naciones (20) tan diferentes en la kaiserliche und königliche (k. u. k.) Armee, el ejército imperial y real de Francisco José, la última etapa, en la que, por cierto, se perdió la casaca blanca, un color que ya no tenía cabida en los campos de batalla de finales del XIX, aunque hasta 1918 se mantuvieron muchas de las vistosas tonalidades (28 de rojo, azul y gris) de la Farbkasten (¡Faber-Castell!), la caja de colores, del ejército habsbúrgico. Y también le habrá encantado por la atención a la intensa relación de los judíos con el ejército, desde la decisiva participación de Samuel Oppenheimer (el único judío que quedaba en Viena) en la salvación de la ciudad en 1683 ante los jenízaros de Kara Mustafá, hasta la práctica ausencia de actitudes antisemitas en la oficialidad austrohúngara.
Bassett es un historiador como la copa de un pino pero también uno de los nuestros (le gusta visitar campos de batalla y colecciona soldaditos de plomo) y nos lleva por la procelosa y compleja historia del ejército austriaco (reformas teresiana y josefiniana, las guerras contra Prusia, napoleónicas, en Italia, Primera Guerra Mundial...) sembrándonosla de caramelos. No es difícil: es el ejército de La marcha Radetzky, de Joseph Roth, y de El rey de las dos Sicilias, de Kusniewicz, y en el que militó, como oficial de caballería (11º de húsares) y aviador el conde Almásy, futuro explorador del desierto.
Es un placer cómo se detiene Bassett a explicarnos la historia del uniforme de ulano austriaco prestado por el general Koller al Napoleón preso para que se camuflara y evitara las iras de la multitud camino de Elba (la casaca se exhibía en el Museo del Ejército en Viena, ¡yo la vi!); la aventura del contingente austriaco en los 55 días en Pekín (el asedio de las delegaciones por los boxers), la peripecia del espía coronel Redl; la relación adúltera del mariscal Radetzky con su ama de llaves italiana Giudita Meregalli, que le dio ocho hijos y hacía una cotoletta alla Milanese de rechupete, o que el pintor Oskar Kokoschka luchó en el regimiento de dragones nº 15 Archiduque José: guerrera azul claro, calzones rojos, casco dorado... ¡vaya forma de ir contra los rusos!
El as austriaco Von Banfiel en su hidroavión Lohner Tipo L.
También nos cuenta, como destaca Culla, la historia de Von Banfield, el apuesto piloto de hidroaviones, igual que mi abuelo, aunque él, gracias a Dios, no bombardeó Venecia: mi hermana Graziella no se le hubiera perdonado nunca.
Bassett explica en su libro que llegó a conocer a Von Banfield, un nombre que es toda una onomatopeya explosiva, en Trieste a finales de los setenta, y a entablar amistad con el viejo as aeronaval (9 victorias confirmadas), el último poseedor superviviente la Orden Militar de María Teresa y el último hombre vivo que había sido condecorado personalmente por el emperador Francisco José. Pasaron buenos ratos.
El historiador demuestra en Por Dios y por el Káiser (el grito de guerra austriaco) que la reputación de incompetencia del ejército de los Habsburgo no tiene justificación. Lo que pasa es que nunca se arriesgaba a todo o nada (lo que le permitía siempre volver a luchar) y eso porque no podía permitírselo: era garante de la dinastía, un sólido vínculo creado desde que los coraceros imperiales de Dampierre salvaron al archiduque Fernando de sus enemigos en junio de 1619, ganándose de paso el derecho a galopar por el Hofburg haciendo sonar sus trompetas y con los estandartes desplegados...Ya no queda, señala Bassett ningún soldado de aquel ejército que vieron los siglos. El último que sirvió en sus filas, en las que militaron gentes tan variopintas (y algunas tan poco marciales) como Wittgenstein, Schrödinger, Adolf Loos o Rilke (por no hablar de los ficticios Trotta, Emil R. o el Herbert Menis de El estandarte de Lernet-Holenia), murió con más de cien años en 2008. Pero es un placer sentarse ahora, abrir las páginas de este espléndido libro y volver a ver marchar las columnas de viejos soldados a través de la historia, hacia el inevitable crepúsculo.
El lector de ‘No pidas nada’, de Reynaldo Sietecase, es testigo de una violencia política ininterrumpida, como si la caída de la dictadura argentina hubiese sido solo una ficción
Juan Pablo Canala, en su admirable y erudito examen de la invención literaria del detective porteño, Dogos y lobos, muestra la íntima relación que la literatura detectivesca de Río de la Plata mantuvo desde sus comienzos a mediados del siglo XIX con la prensa. Los primeros autores del género entonces folletinesco, como Eduardo Gutiérrez, fueron también periodistas y “se nutrían”, afirma Canala, “de los hechos narrados en la prensa policial”. Sus influencias literarias fueron francesas: Eugène Sue, Victor Hugo, Alexandre Dumas y un Edgar Alan Poe afrancesado por Baudelaire.
Bajo la influencia de Borges, gran lector de la literatura detectivesca en lengua inglesa, y su creación en 1945, junto con Adolfo Bioy Casares, de la exitosa serie El séptimo círculo, los autores argentinos de novelas policiales descubrieron que el argumento detectivesco podía alejarse de la realidad documentada y acercarse más a los problemas de lógica formal. Borges dio el ejemplo con cuentos como La muerte y la brújula y Emma Zunz, y sus discípulos en esa veta fueron Marco Denevi, María Angélica Bosco, Santiago Dabove, el uruguayo Enrique Amorim, el mismo Bioy Casares y varios más. Algunos, como Rodolfo Walsh en su Variaciones en rojo, ensayaron ese estilo razonado de la narración policial, pero también retomaron y profundizaron la tradición establecida por Gutiérrez de elegir como punto de partida crímenes de la crónica periodística. Particularmente en el caso de Walsh, en obras posteriores como Operación masacre, Caso Satanowsky y¿Quién mató a Rosendo?, la crónica misma se convierte en un texto literario en el cual los sucesos verídicos son contados sin mayor elaboración ficticia, tomando los hechos de la realidad diaria y recurriendo a técnicas de la ficción para narrarlos. Esta última estrategia se relaciona superficialmente con la hard-boiled school de la narrativa policiaca norteamericana enfrentada a la novela de detective clásica de la Inglaterra de los años treinta. Refiriéndose a estas dos tendencias, la estudiosa Anne Lafontaine comentó: “El detective hoy tiene que ser una suerte de Hércules, combatiendo la Hidra de Lerna, cada cabeza un problema al parecer lógicamente insoluble, o un crimen real y atroz.”
La dictadura militar de los años setenta dio a los escritores argentinos un terreno histórico en el que la obligación moral de testimoniar los terribles acontecimientos autorizaba una narración policiaca que, sin necesariamente calcar con fidelidad los hechos sucedidos, se hacía eco del horror a través de historias que, si bien eran inventadas, estaban profundamente arraigadas en lo que todos los lectores sabían había sucedido, ficciones que Dante hubiese llamado “invenciones no falsas”. Entre las muchas obras que tratan de hechos situados en esos años de sangre se destacan La penúltima conquista del Ángel,de Elvira Orphée; La aguja en el pajar, de Ernesto Mallo; Infierno grande, de Guillermo Martínez; A veinte años, Luz, de Elsa Osorio; El fin de la historia, de Liliana Heker; Una misma noche, de Leopoldo Brizuela; Ciencias morales, de Martín Kohan; El canario, de Carlos Bernatek, y ahora No pidas nada, de Reynaldo Sietecase.
La novela de Sietecase entrelaza dos narraciones: la de un periodista, el Tano Gentili, quien busca investigar las muertes sospechosas de varios militares argentinos acusados de cometer atrocidades durante la dictadura, y la de un abogado, Mariano Márquez, con un código ético peculiar, a quien una diputada pide que investigue al militar acusado de asesinar a sus padres. A medida que se van desarrollando las dos investigaciones, sin nunca sobreponerse, el lector es testigo de una violencia política ininterrumpida desde hace décadas en Argentina, pero también, en el caso de Gentili, en las favelas de Río de Janeiro, como si la caída de la dictadura argentina (y la de las varias otras dictaduras de América Latina) hubiese sido solo un final convencional, parte de las ficciones de la historia, no así de la realidad, y que hasta que no sean verdaderamente erradicadas las causas de la infamia, esta seguirá resurgiendo periódicamente, como las cabezas de la Hidra de Lerna mencionadas por Lafontaine.
El estilo de Sietecase es escueto, duro, sin desperdicios. Apenas se permite decorar el final de un capítulo con una breve sentencia, casi un aforismo: “Beso, luego existo. No es amor, pero alcanza”. O “Se trata solo de un ínfimo cambio en el calendario. La muerte más lejos o más cerca”. O esta que admirablemente concluye la novela: “Existen distintas formas de escapar a un castigo y el olvido es una de las más refinadas”. Ese puritanismo de Sietecase corresponde únicamente al estilo de escritura. El contenido es todo lo contrario, de un barroquismo exacerbado, una violencia casi insoportable. Los personajes no pueden ser fácilmente comprendidos por el lector: cambian de juicio y de foco constantemente, son desenfrenados y retenidos a la vez, de una moral frecuentemente turbia o al menos no ejemplar. Cometen actos repugnantes y acciones de santos. Tienen algo de los héroes stevensonianos, de Long John Silver, el sangriento bucanero traidor y también honesto, o del atroz señor Hyde, quien es a la vez el buen doctor Jekyll. No podemos decir si Gentili o Martínez son hombres decentes y honestos, pero sí que son heroicos y memorables.
Hay en esto una suerte de espejo invertido. La historia (según la frase cervantina hecha famosa por Borges) es la madre de la verdad; lo que contamos acaba por ser lo que creemos que realmente ha sucedido. Si bajo las celebraciones oficiales de victorias liberales siguen vivos los códigos infames que justificaron los secuestros, las torturas, el robo de niños, la censura sangrienta, el desprecio a la cultura y a la ética ciudadana; si la ficción de lo que llamamos nuestra democracia puede ocultar la sobrevivencia de esos otros dogmas infernales, ficciones explícitas como esta de Sietecase revelan, implícitamente, la verdad de nuestro tiempo.
No pidas nada.Reynaldo Sietecase. Alfaguara, 2018. 256 páginas. 17 euros.
De izquierda a derecha, Carrillo, Solé Tura y Sartorius, en 1982. CHEMA CONESA
A lo largo de la primera década de la Transición, Nicolás Sartorius supuso la gran esperanza para la construcción en España del comunismo democrático primero y de Izquierda Unida más tarde. Con el doble aval de su actuación como dirigente de Comisiones Obreras —con siete años de cárcel— y su formación intelectual, más una notable capacidad como estratega, parecía destinado a superar las tradicionales limitaciones del liderazgo a la izquierda del PSOE. Alguien dijo de él que su defecto era no atreverse a ganar; tal vez prefería diseñar políticas que gestionarlas. En cualquier caso, el fracaso de esos proyectos ha hecho posible que en los últimos 20 años desarrollara una fructífera labor, tanto de gestión cultural desde la Fundación Alternativas como a título personal de hombre situado en la singular atalaya de quien reflexiona sobre el proceso histórico incorporando al análisis su presencia en puestos privilegiados de la escena política.
Es lo que confiere un singular interés a su libro El final de la dictadura, que adapta y prolonga el publicado hace 11 años en colaboración con el historiador Alberto Sabio. Aquel llegaba hasta las elecciones de junio de 1977 y este alcanza en el título hasta el pacto constitucional. La recuperación del trabajo de fondo resulta en todo caso imprescindible hoy como contrapunto de la monumental crónica política de la misma Transición redactada por Santos Juliá. El atractivo de El final de la dictadura reside así en que su hilo conductor viene dado por la visión del proceso a cargo de uno de los protagonistas, si bien de manera que el mismo resulta transferido de ejercicio de memoria a reconstrucción histórica, avalada por una considerable labor investigadora. Incluso con un cierto grado de ironía, ya que el avance de los movimientos contrarios a la prolongación del franquismo, narrado por un dirigente perseguido, encuentra su respaldo en los informes de las instancias represivas del régimen. También es de gran importancia otra reconstrucción, la del papel desempeñado por las instancias internacionales sobre el final de la dictadura.
Indispensable ya en su primera edición para entender el tránsito a la democracia, su importancia política es tanto mayor hoy cuando desde la izquierda populista se ha convertido en tópico invasivo la descalificación del “régimen del 78”, supuestamente la continuidad del franquismo. El análisis de Sartorius desmonta esta falacia, así como la opuesta de que todo vino dado por la sucesión de Juan Carlos I, “el piloto del cambio”. La Transición no fue indolora: supuso el triunfo de unas costosas luchas sociales de orientación política, donde el PCE y sobre todo CC OO apostaron a fondo por una democracia. “Franco murió en la cama, pero la dictadura murió en la calle”, resume Sartorius. Y no cabe achacar a la Constitución de 1978 los defectos experimentados durante su ejercicio, como la corrupción.
Sartorius publica ahora también un libro, asimismo muy documentado y muy personal, titulado La manipulación del lenguaje, en forma de diccionario que recoge 75 manipulaciones significativas del vocabulario político. Advierte que si esa manipulación fue una seña de identidad del tiempo de Franco, se conserva y amplía bajo otras formas hoy. Las anotaciones contenidas sobre ese temario son casi siempre muy pertinentes y de paso permiten al autor confirmar fragmento a fragmento su ideario democrático. Algo tal vez más valioso que el propio censo de la manipulación.
El final de la dictadura. Nicolás Sartorius y Alberto Sabio. Espasa, 2018. 792 páginas. 22,90 euros.
La manipulación del lenguaje. Nicolás Sartorius. Espasa, 2018. 280 páginas. 17,90 euros.
Los primeros Cantos se publicaron en 1925; Pound (1885-1972) trabajó durante el resto de su vida en ese libro imposible de terminar. Se construía sobre un infinito detritus de poesía universal, que se remontaba a Homeroy pasaba por Propercio, Ovidio, Dante y los trovadores, las epopeyas europeas medievales y la poesía china, y a Browning y Yeats, entre otras muchas fuentes literales o indirectas. Después de una quincena de sucesivas entregas acumulativas, la edición definitiva, publicada póstumamente en 1996 (y referencia de esta nueva versión en castellano), alcanzó casi las 1.000 páginas. Nacido en Idaho e instalado desde muy joven en Europa —primero en Londres, después en Italia—, Pound fue una de las más imponentes representaciones del poeta que saquea la literatura universal como un catálogo de esplendores simultáneos: “El provincianismo temporal es tan condenable como el espacial”, escribió. En fecha tan temprana como 1922, Edmund Wilson lo percibió con nitidez: “Estados Unidos no puede proporcionar a Pound el tipo de sociedad ni de tradición que necesita (…) pero Europa, de la que nunca ha formado parte, no puede proporcionársela tampoco”. Ese desacomodo es, a la vez, causa y consecuencia del penoso papel que Pound iba a representar durante los años de la Segunda Guerra Mundial y los siguientes: se adhirió al Eje, ensalzó a Mussolini y, después, fue juzgado y encarcelado por sus compatriotas, primero en Italia (durante ese cautiverio escribió los ‘Cantos pisanos’, que este volumen incluye) y, ya en Estados Unidos, en un manicomio durante cerca de 12 años.
Agamben afirma en el prólogo que el lector “está ahora en condiciones de apreciar plenamente el sinsentido” de la obra
Lo unió a su gran aliado, T. S. Eliot, esa nostalgia por un mundo del pasado y, acaso, del futuro, pero no del denostado presente. Octavio Paz escribió, lúcidamente, que Eliot era un conservador (“Reverendo Eliot”, lo llama Pound en el ‘Canto XLVI’) mientras que el autor de los Cantos era un reaccionario: “Pound acumula las citas con un aire heroico de saqueador de tumbas; los Cantos son una actualización en términos modernos de épocas, nombres y obras ejemplares”. Pound creía que en la época de los paladines y los trovadores la civilización alcanzó su cumbre antes de caer en la degradación del capitalismo. El ‘Canto XXV’, uno de los más explícitos sobre esa ideología, es un encendido alegato contra la usura. De allí a dejarse llevar por los discursos sobre el regreso del hombre fuerte, el rechazo de las debilidades modernas y el abrazo de las tradiciones ancestrales había un paso; de la impugnación de la “usura” a la caricatura antisemita había otro, y Pound dio ambos sin muchos miramientos. También en esto Eliot fue su cómplice; basta echar una ojeada a ese libelo que publicó en plena guerra, Idea de una sociedad cristiana (1942).
Como La tierra baldía, los Cantos son un collage de citas de distintas épocas, lenguas y géneros; solo que el poema de Eliot es una miniatura de poco más de 400 versos, en tanto que el libro de Pound es un proliferante troquel de insaciable erudición universal —tan americano, en esto, como Borges, Lezama Lima o Haroldo de Campos—. Es curioso que haya sido Pound el que corrigió y abrevió La tierra baldía, lo que le valió, por parte de Eliot, el ser elevado a il miglior fabbro, el mejor artesano “del habla materna”, el elogio que Dante había dedicado a Arnaut Daniel seis siglos antes. En su propio poema, la economía es un concepto inoperante. Un ejemplo, al azar: el ‘Canto VI’ tiene reminiscencias de la Odisea, la Divina comedia, el trovador Guillermo de Poitiers (abuelo de Leonor de Aquitania, protagonista del canto siguiente) y las crónicas provenzales del siglo XII. Contiene citas, sin traducir, de Arnaut Daniel (cuyas sextinas Pound había imitado en Personae, su libro anterior) y de Bernart de Ventadorn, y buena parte de los versos están entrecomillados, como declaración de que lo original es su disposición, no su escritura. De allí que los Cantos sean todavía hoy objeto de debate filológico y que la mayoría de las ediciones se vean aumentadas por las anotaciones. La de Javier Coy, en Cátedra, en tres volúmenes, llevaba un resumen de las fuentes en el encabezamiento de cada canto y numerosas notas al pie aclarando el sentido de los versos más oscuros o engastados de palabras en lenguas diversas. Esa edición rescataba la traducción de José Vázquez Amaral, la primera de los Cantares completos, publicada en México en 1975. Hay, además, numerosas traducciones parciales, entre las que destaca la de los nicaragüenses Coronel Urtecho y Ernesto Cardenal (Visor, 1979).
En la presente edición, Jan de Jager prescinde de introducciones, notas y explicaciones. Declara en el breve prólogo: “Lo mínimo que se merece Pound es traducirlo como él mismo proclama que se debe traducir. Es decir: apropiarse de la obra, hacerla un poema por derecho propio, en otro idioma”. Pero la decisión tiene menos que ver con lo que la obra “se merece” que con la estrategia del traductor: identificarse con el poeta e intentar un ejercicio semejante del que él hiciera en su célebre Homenaje a Sexto Propercio o con los poemas chinos de Cathay. Como el libro no trae el texto original (eso hubiera imposibilitado la publicación en un solo volumen), la traducción invita a ser leída como una creación en sí misma. De Jager parte de la convicción de que no hay versión definitiva (“cada generación vuelve a traducir a los clásicos”, dice) y propone la suya como un nuevo experimento de aproximación a una fortaleza inexpugnable. Es consolador, en ese aspecto, el breve prólogo de Giorgio Agamben: dice que las ediciones anotadas no vuelven el libro más comprensible; por el contrario, el lector “está ahora en condiciones de apreciar plenamente el sinsentido”.
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Autor: Erza Pound (traducción de Jan de Jager. Prólogo de Giorgio Agamben)
La primera novela de Marta Carnicero, ‘El cielo según Google’, arma en pocas páginas una tragedia sobre el amor cuyo poso de emoción remanente engancha hasta el final
Marta Carnicero, en Barcelona en octubre pasado.VICENS GIMÉNEZ
Esta primera novela de Marta Carnicero (Barcelona, 1974), ingeniera industrial de la que no conocíamos ninguna obra literaria previa, tiene el encanto y la frescura de las primeras obras. Es decir: una escritura siempre alerta a su propia intuición y al placer del descubrimiento de sus posibilidades. Pero maticemos: primera novela no quiere decir novela primeriza, y en El cielo según Google,escrita en catalán y traducida con precisión por Pablo Martín Sánchez, uno advierte la posesión de un idioma flexible y un deslumbrante uso del matiz. Una escritura propia. Una sabiduría asordinada que promete enormes resultados en el futuro.
El cielo según Google es una nouvelle en la que poco o nada sobra y que maneja con agilidad, en capítulos breves, los cambios de perspectiva temporal y de voz narradora. Se nos cuentan dos historias entrelazadas, o mejor dicho, dos momentos especulares de una misma historia. La pareja formada por Júlia y Marcel se desmorona cuando adoptan a la pequeña Naïma. Dos actitudes enfrentadas de la vida, digamos una celebratoria y otra judicial, lo que también equivale a decir una disociada de su cotidianidad y otra cargada de responsabilidades, ambas pertinentes, entran en conflicto. A su vez, años más tarde Naïma, convertida en una joven de veintitantos, asiste a los últimos días de Marcel, padre que supuestamente la abandonó, mientras ella misma, con una niña adoptada, asiste al final de su relación de pareja.
Los elementos que pone en juego El cielo según Google son sencillos y universales: las ganas de ser feliz, casi la prisa, y los lazos de arrinconamiento, odio, lástima, gozo y ternura que tejen las relaciones de pareja. No es exagerado decir que Carnicero maneja el detalle significativo con una maestría poco común en las letras peninsulares (por ejemplo, en los sutiles ejemplos de vulnerabilidad que distancian a las parejas: ese cabello aplastado de quien sale a la calle sin ducharse, como si tal cosa…). Porque Carnicero posee, como he dicho antes, una inteligencia que le permite extraer de un tema acotado todas sus posibilidades. Así, El cielo según Google, en poco más de 130 páginas, realiza una completa disección de la pareja a comienzos del siglo XXI: de la crianza, la maternidad, la adopción, el secreto, la mentira, los celos, el resentimiento y, por repetirlo, del abismo que se abre entre el estricto sentido de la justicia de la víctima y el inconsciente principio de placer que nutre la vida.
En sus mejores momentos, Carnicero se maneja con la objetividad de un clásico, una distancia a la vez despiadada y empática en la que cada personaje tiene sus razones: y uno se acuerda de la escritura contenida de algunas piezas largas de Alice Munro o de los inclementes análisis de Uniones, de Musil. En los momentos menos logrados, por ejemplo en la necesidad de rematar en las páginas finales, narradas por Naïma, una historia que ya ha explotado ante los ojos del lector, la narradora moraliza y señala una interpretación optimista al libro. No obstante, estas pequeñas indicaciones no restan valor a un libro que sabe disimular su complejidad y la enorme ambición de narrar el amor en pareja en sus muchas perspectivas. Y como en las mejores nouvelles, aunque las piezas que arman la tragedia se despachan en unas pocas páginas, el poso, la emoción remanente, ya no nos suelta.
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Autor: Marta Carnicero (traducción de Pablo Martín Sánchez).
Editorial: Acantilado (2018).
Formato: tapa blanda y versión Kindle (272 páginas).
La poeta y crítica Annie Le Brun destapa la degradación y la fealdad que promueven artistas-empresarios, galeristas-ojeadores y críticos de arte-comisarios-prescriptores
'Seated Ballerina', de Jeff Koons, en Nueva York en 2017.TIMOTHY A. CLARYAFP / GETTY IMAGES
La enseñanza artística en las escuelas debería empezar por este final. Por el final del final del arte que es Lo que no tiene precio, de la incorruptible Annie Le Brun. Esta poeta y crítica francesa (Rennes, 1942) ha creado un artefacto duchampiano: no sabemos qué tipo de libro es, pero está lleno de significado. Sus más de 200 páginas son otras tantas guillotinas que muchos críticos de arte hubieran querido dejar caer, pero ya es demasiado tarde y hemos llegado demasiado lejos, agasajados, pringados o literalmente a sueldo de los jefes de siempre.
Ocurre que todo en el arte actual —desde una banalidad a la puja multimillonaria por un Leonardo dudoso— está sujeto a su teorización y mercantilización. De ahí que sea tan difícil salirse del bucle. Pero Le Brun habita en otro planeta, allí la vemos sola, con su fular, su sombrero-boa que se come un elefante y su sable apuntando al estercolero. La denuncia de esta controvertida anarcoecologista y feminista, experta en Sade, Jarry y Rimbaud, es contra la degradación y la fealdad que promueven artistas-empresarios, galeristas-ojeadores y críticos de arte-comisarios-prescriptores. También contra el saqueo generalizado de Occidente que vive bajo el imperio estético de lo que llama “realismo globalista”.
Los que cobran de lo lindo son siempre los mismos: Koons, Hirst, Saatchi, Arnault, Pinault y esos otros fenómenos de la provocación y del gigantismo artístico, léanse entre líneas Larry Gagosian, Ai Weiwei, Marina Abramovic, Christo, Joana Vasconcelos, Botero, Plensa…, brutalizadores de aeropuertos y plazas públicas. La violencia del dinero ha sitiado el dominio de lo sensible, invadiendo, sometiendo y domesticando los museos, convertidos en parques de atracciones donde reciben reverencia “los que fueron colaboradores de gobiernos nazis (Vuitton) y los que amasaron su fortuna con dinero del apartheid(Fundación Cartier) (…). Ya no existe un solo problema artístico que no sea comercial desde que una buena parte del arte contemporáneo se ha convertido en una apuesta decisiva de las altas finanzas”, opina Le Brun a propósito del monopolio de explotación del Vantablack (un color negro tan intenso que es capaz de abolir las formas, el contorno y el relieve) por Anish Kapoor, quien ha privado del derecho a servirse de él al resto del mundo. Es el botín al que se refería Walter Benjamin, el que forman todos los bienes culturales, incluido el outsider art, que los vencedores no paran de apropiarse. La salida que propone la autora está en el campo de la belleza, una belleza libre que no viene de arriba, sino de muy abajo, de pasadizos profundos donde operan los resistentes, “soñadores y desertores dispuestos a inventar una nueva historia del otro lado del tiempo”.
Gerentes de museos, por cinismo o por vergüenza, regalen con el precio de la entrada este libro sin precio. Amasadores de arte, despréndanse de sus obras, llenen con ellas cárceles, ministerios, polideportivos, restaurantes chinos; cuélguenlas en Wallapop o quémenlas en la próxima Documenta. El idilio con el arte ha terminado. Hay que empezar de nuevo.
Lo que no tiene precio. Belleza, fealdad, política.Annie Le Brun. Traducción de Lydia Vázquez Jiménez. Cabaret Voltaire, 2018. 240 páginas. 19,95 euros.
‘El cuarto del siroco’ es un escenario que le sirve a Álvaro Valverde como metáfora de la poesía: un espacio que resguarda del tiempo y de la vida, un refugio
Dice Álvaro Valverde (Plasencia, 1959), en este último y más extenso de sus libros, que ese cuarto que le da título era, según Leonardo Sciascia, el lugar donde las familias sicilianas se protegían del furioso viento, un escenario que le sirve como metáfora de la poesía: un espacio que resguarda del tiempo y de la vida, un refugio “contra el eco / de lo que el mundo grita / y yo no oigo”, un territorio donde “desbrozar el caos” de la existencia. Así pues, y frente a la grandilocuencia, el valor ordinario y radiante de las cosas y los seres, la realidad material del pensamiento, la pasión por salvar una vida que cede al tiempo y se diluye en una amnesia sin futuro y que desafía el “triste pensamiento de la muerte”.
Una poesía gnómica y sapiencial, nacida de un interior medidamente humilde que, sin embargo, es fruto de una luminosa capacidad para dotar a lo contado de una clara dimensión metafísica creando una “atmósfera / que expresa en su quietud / lo que era inmediatez / y es lejanía”, una escritura que es “Como el agua, / que la mano atraviesa confiada / y nunca, sin embargo, toca fondo”. Es el recuento de una vida, el tejido de un universo luminoso entre las sombras, que danza entre lo invisible y lo presente, en los márgenes donde se mueve la historia, justo donde “Se suspende la vida / para dar paso a un tránsito / que ni es hora ni instante”. Lo que se articula es una forma mentis que, como un hechizo, define su originalidad y la temperatura de voz indispensable, la cuidada cadencia de unas palabras que son “metáfora y verdad”.
De la forma en que regresamos a instantes y paisajes, nace la cualidad encantada de una poesía medular, el dinamismo de un espacio literario de extraordinaria fuerza expresiva. Es la tensión y el ser cambiante de la emoción que deja una escritura, siempre, “Contra el tiempo, a favor de la belleza”. Es la ética y la servidumbre de unas emociones que buscan la gracia y la felicidad posibles, acaso solo, en “el fondo innombrable del alma de las cosas”.
El cuarto del siroco.Álvaro Valverde. Tusquets, 2018. 173 páginas. 15 euros.